Home office em condomínios: como lidar com essa realidade?

Cada vez mais comum no Brasil e no exterior, o home office é uma tendência irreversível. A extensão dos efeitos da crise econômica brasileira, os avanços tecnológicos que possibilitam acessar redes e manter contatos à distância com fornecedores e clientes, além da comodidade e economia de recursos, vêm contribuindo para o aumento do número de pessoas que trabalham em casa. Mas, e quando se reside em um condomínio, como exercer a atividade sem causar conflito com as regras de convivência? É possível impedir os moradores de fazer isso?

 

A resposta é não, de acordo com a advogada Katia Nunes, do escritório Marques Mateus. Mas, há situações que precisam ser respeitadas. Como exemplo, Katia cita o “fluxo empresarial” de pessoas no condomínio, ou seja, um número grande de visitas à mesma unidade, o que certamente gera impacto na operação, perturbando a rotina e acarretando situações que podem colocar a segurança em risco. Assim é fundamental conciliar a restrição ao uso de uma unidade residencial com o direito de propriedade, para evitar desencontros e conflitos que acarretem sobrecarga aos funcionários ou que impactem na vida dos demais vizinhos. Desta forma, é preciso evitar, além do fluxo contínuo de pessoas, o barulho excessivo, o consumo indiscriminado de água, luz ou gás e o uso das áreas comuns, entre outros.

 

Quando o trabalho de algum morador começa a impactar o dia a dia do condomínio, a melhor atitude do síndico, sempre o responsável por resolver esses dilemas, é mediar o conflito estabelecido entre o condomínio e a pessoa que trabalha em casa ou com outro morador, às vezes incomodado com a situação. “Bom senso e a tolerância são as melhores armas para resolver esses impasses. Valem pra todos”.  Até porque, como diz a advogada, “o home office veio para ficar e a tendência é de expansão nos próximos anos”.